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O Programa Um Milhão de Cisternas é gerenciado pela Associação Programa Um Milhão de Cisternas, formada por 22 organizações da sociedade civil sob a coordenação da Articulação do Semi-Árido (ASA). O programa tem como meta construir um milhão de cisternas de placas na região do semi-árido que engloba nove estados do Nordeste e áreas de Minas Gerais e Espírito Santo. Com isto, serão beneficiados diretamente cerca de cinco milhões de pessoas, com ganhos na qualidade de vida da população da região.
As cisternas construídas pelo programa podem armazenar até 16 mil litros de água de chuva, quantidade suficiente para abastecer uma família de cinco pessoas durante oito meses (período de estiagem no semi-árido). Esta água é captada das chuvas através das calhas instaladas nos telhados limpos das casas e destinada para consumo doméstico. O custo unitário de cada cisterna é de R$ 1.506,21.
As cisternas são construídas pelos pedreiros e agricultores formados no ciclo de capacitação técnica e pelas famílias beneficiadas, organizadas em comissões e mutirões, responsáveis pela organização dos cursos de capacitação, do processo de licitação e compra, pela conferência dos materiais de construção, prestação de contas e serviços gerais de escavação, aquisição e fornecimento de areia e da própria construção. Cada família também ajuda e constrói uma bomba manual que facilita a retirada da água.
O programa Um Milhão de Cisternas já foi desencadeado em 61 microrregiões, totalizando 956 municípios em todo o semi-árido. Alguns resultados do programa em 2006: 137.501 famílias mobilizadas; 124.265 famílias capacitadas e 120.195 cisternas construídas.
São parceiros do programa: o Governo Federal (através do Programa Fome Zero), Federação Brasileira dos Bancos, Petrobras, Codevasf, Serviço Alemão de Cooperação Técnica e Social, dentre outros.
Uso racional da água em regiões semi-áridas utilizando esgoto doméstico tratado em piscicultura (Universidade Federal do Ceará – Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental/Fortaleza - Ceará)
No Ceará existem 82 sistemas com lagoas de estabilização em funcionamento, tratando esgotos doméstico e com grande potencial para o seu aproveitamento em práticas de reuso, especialmente em irrigação e piscicultura. O trabalho da Universidade Federal do Ceará é um exemplo da utilização da água de forma racional, aproveitando o resíduo tratado para fins econômico e social, em região na qual a água é um recurso escasso. Ele levou em conta não apenas a produtividade, mas também as características de qualidade sanitária do produto final.
As pesquisas sobre piscicultura em tanques-viveiro preenchidos com água e esgoto doméstico tratado, verificaram parâmetros como crescimento, peso médio e aumento da biomassa da espécie conhecida por Tilápia do Nilo. Condições sanitárias dos peixes criados nos tanques com águas residuárias, qualidade da água destinada a piscicultura e a avaliação dos impactos de alguns componentes sobre a espécie de peixe também foram objeto da pesquisa.
Na conclusão do trabalho comprovou-se que é viável e recomendável a adoção desta prática. As vantagens apontadas são: disponibilidade de recurso hídrico formado pelos esgotos tratados; utilização de esgoto com características adequadas para o uso em piscicultura; adaptação da espécie de peixe – Tilápia do Nilo – às características do esgoto tratado; qualidade sanitária constatada nos peixes cultivados, sem riscos para a população; significativo aumento da produtividade – crescimento e peso – dos peixes e, oportunidade de geração de emprego e renda
As unidades de Produção Agroecológica e de Irrigação Sustentável – UPAIS e a Recuperação da Mata Ciliar no alto curso do rio Paraguaçu: Condução e Perspectivas na Chapada Diamantina – BA (Centro de Recursos Ambientais – CRA/Governo da Bahia/Salvador – Bahia)
O projeto “Nascentes do Paraguaçu” é desenvolvido na região do alto curso do rio Paraguaçu, Bahia, mais conhecida como Chapada Diamantina, sob a coordenação do Centro de Recursos Ambientais. Trata-se de um programa de recuperação da bacia que atua na resolução de fatores que, direta ou indiretamente geram impactos na qualidade e na disponibilidade hídrica da bacia do rio Paraguaçu.
O projeto atua em várias vertentes como a recuperação de áreas da mata ciliar em pequenas propriedades e a difusão de novas técnicas agrícolas para os agricultores familiares ribeirinhos. Esta agricultura de caráter ecológico é demonstrada em Unidades Piloto Coletivas de Produção Agroecológica e de Irrigação Sustentável, as UPAIS.
Instaladas em região de alto consumo de água pela instalação de sistemas de pivôs centrais para o desenvolvimento das grandes culturas de tomate, repolho e batata, as unidades demonstrativas servem para orientar e conscientizar os pequenos produtores para o uso de sistemas de irrigação com menor consumo de água (como por exemplo os micro-aspersores; gotejamento e gravidade).
Atualmente, as UPAIS são desenvolvidas em 11 comunidades e beneficiam indiretamente cerca de 400 famílias em toda a região, formados por comunidades rurais, assentamentos de reforma agrária e uma comunidade quilombola. Após nove meses de acompanhamento técnico, alguns municípios da região já podem contar com produtos orgânicos em suas feiras, a exemplo de Ibicoara e Barra da Estiva, com produção diversificada e geração de renda para os pequenos agricultores.
Programa de Uso Racional da Água da Universidade de São Paulo – PURA – USP (Universidade de São Paulo/São Paulo)
Em 1996, através de convênio entre a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP, a Escola Politécnica da USP e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, foi criado o Programa de Uso Racional da Água em Edifícios – PURA, estruturado em seis macro-programas. No ano seguinte o convênio foi formalizado e a Universidade se comprometeu a implantar o programa em contrapartida a concessão de um desconto de 25% no valor da tarifa dos serviços de água e esgoto.
Em 1997 o consumo de água no campus era de cerca de 150 mil metros cúbicos/mês (correspondente a R$ 1 milhão). A implantação do programa contemplou o diagnostico geral; redução de perdas físicas; redução do consumo nos pontos de utilização; caracterização dos hábitos de consumo e racionalização das atividades que consomem água; divulgação, campanhas de conscientização e treinamentos.
Ao longo de oito anos, o PURA-USP obteve os seguintes resultados: o consumo total anual do campus vem caindo e gerou uma economia de 3.608.116 metros cúbicos /anos. O volume total economizado acumulado seria suficiente, em valores aproximados, para abastecer 180 mil residências em um mês. O impacto financeiro do programa, em relação ao benefício acumulado, de 1998 a 2003, foi de R$ 52,98 milhões.
Outros benefícios da implantação são: desenvolvimento tecnológico de equipamentos; despertar para a conservação da água – introdução de fontes alternativas de água; mudanças comportamentais dos usuários.
Sistema de Captação e Aproveitamento de Água Pluvial na Universidade do Planalto Catarinense – UNIPLAC (Universidade do Planalto Catarinense – UNIPLAC/Lages – Santa Catarina)
O sistema de captação e aproveitamento das águas pluviais, da Universidade do Planalto Catarinense – UNIPLAC implantado em 2003, foi projetado e executado usando somente a força da gravidade e sistema mecânico.
O projeto foi elaborado aproveitando a cobertura das edificações do campus utilizando uma sobre-cobertura rodeada por uma calha numa altura suficiente para que a água se deslocasse para as caixas de armazenamento. As águas captadas nos reservatórios foram canalizadas para os banheiros para alimentar vasos sanitários.
Os objetivos do projeto são utilizar racionalmente os recursos hídricos; servir de exemplo pedagógico aos alunos e estimular a comunidade a valorizar os recursos hídricos pela aplicação de práticas que levem a conservação da água.