Pode-se dizer que a mais importante conquista do Programa de Manejo Conservacionista do Solo foi diagnosticar o resultado do trabalho neste período através do trabalho ”Caracterização de Parâmetros Bioindicadores Ambientais na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Lajeado que Abrange os Municípios de Alto Alegre, Barbosa e Penápolis”, realizado em 2003 com financiamento do Fehidro. O estudo e as parcerias afetuadas apontaram pontos positivos como a estagnação do processo erosivo e outros que necessitam de mais atenção.

Como resultado do programa a bacia hidrográfica do ribeirão Lajeado foi escolhida pelo S.O.S. Mata Atlântica para ser piloto nas contribuições que as ações de reflorestamento estão dando as questões climáticas, projeto que está sendo realizado por consultores da ESALQ / USP e da Key Associados. O monitoramento será de 20 anos, estimando a fixação do carbono dos povoamentos implantados com espécies de Mata Atlântica, visando à neutralização de emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, como vem sendo executado pela SOS Mata Atlântica, introduzindo no Brasil o conceito de mercado voluntário de reduções de emissões deste tipo de gás. A pesquisa, que terá como base a recomposição ciliar efetuada na bacia do ribeirão Lajeado desde 1991, será feita nos moldes exigidos pelo Protocolo de Kyoto.

Na primeira visita realizada a Bacia do Lajeado, os pesquisadores acompanhados do Coordenador do Consórcio, visitaram os plantios e efetuaram os levantamentos necessários, na qual o Consórcio disponibilizou todos os dados de diagnósticos feitos na bacia hidrográfica para a execução do projeto. O resultado esperado é um modelo para quantificação de CO2 equivalente fixado em toneladas/hectare, gerado a partir de variáveis, como: mix de espécies, idade e dados biométricos.

O trabalho desenvolvido pelo Consórcio Intermunicipal Ribeirão Lajeado pode ser adotado em outras regiões do País, uma vez que o problema da degradação do solo e assoreamento dos rios é um problema sistêmico e que afeta diretamente a qualidade da água. Os custos dos investimentos necessários não são altos, tendo em vista os benefícios alcançados ao longo dos anos com a preservação da bacia hidrográfica.

Outro mecanismo de avaliação dos resultados é o perceptível aumento da vazão do ribeirão Lajeado, no qual, em período de seca, antigamente, o nível de vazão diminuía consideravelmente. Hoje, mesmo com o aumento do nível de captação da água, a vazão consegue abastecer o consumo de água do município.

O projeto foi implantado pelo Consórcio Ribeirão Lajeado é um trabalho inédito para as administrações municipais, pois oferece à comunidade local um serviço de preservação da natureza de interesse comum tanto para os proprietários rurais que valorizam suas propriedades com o combate à erosão; para o Poder Público, que preserva o manancial de abastecimento de água do município; e para comunidade, que se beneficia com a garantia da qualidade de água oferecida.

O projeto também é inovador no sentido de ter como público-alvo os proprietários rurais e, deste modo, valorizar as atividades do campo, melhorando as condições de produtividade e competitividade no mercado agrícola e pecuário.

Outra inovação apresentada diz respeito à formação de consórcio entre municípios, a qual é considerada um eficiente mecanismo de cooperação que possibilita a execução de serviços de interesse comum e permite uma economia de investimentos financeiros que talvez fossem inexequíveis se executados de maneira isolada.

O sucesso do projeto do Consórcio Ribeirão Lajeado foi tanto, que até serviu de parâmetro fundamental para a Companhia de desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp) desenvolver o projeto “Água Limpa”, que é um trabalho cujo embasamento técnico apoia-se no projeto do Consórcio.

Outro resultado positivo foi a contenção de parte do assoreamento que vinha ocorrendo junto ao ribeirão Lajeado antes da execução do projeto, permitindo também a melhoria da qualidade da água e a conscientização do uso de agrotóxicos pelos proprietários rurais na bacia hidrográfica.