Palmas para Santana Finalista/Vencedor:Vencedor
Status:Concluído
Permanente:Sim
Ano de Início:2014
Conclusão:2018 Responsável: Prefeitura municipal de Santana do Seridó Telefone: (84) 3476-0014 E-mail: santanadoserido@hotmail.com Edição: Prêmio ANA 2017 Categoria: Governo Cidade/UF: Santana do seridó/RN Abrangência: Local Objetivo: O projeto tem como objetivo utilizar a água residuária para produção de forragem animal na forma de palma forrageira variedade orelha de elefante (Opuntia tuna (L.)Mill). Suficiente para dar segurança forrageira ao rebanho local no período seco e acabar com a eliminação desta água no leito do rio, resolvendo também um problema ambiental. Público-alvo: Produtores rurais do município de Santana do Seridó Ações Desenvolvidas: A ideia surgiu quando no início ano de 2013, foi constatado por meio de questionários aplicados na zona rural do município de Santana do Seridó-RN, que os produtores rurais tinham água para beber, para os afazeres domésticos, consumo dos animais, porém não tinham nenhuma fonte hídrica segura para produção forrageira a fim de alimentar seu rebanho durante o período seco do ano. Aliado a esse dado, segundo o levantamento do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte (IDIARN), durante os anos de 2012 e 2013, o município havia perdido 36,5% do seu rebanho de ruminantes devido a seca avassaladora ali instalada desde 2012. Pode ser citado que a média pluviométrica dos anos de 2012 e 2013, equivale a 22,8% da média pluviométrica dos anos de 2004 a 2011. Com esses dados em mãos, buscou-se uma fonte hídrica sustentável para produção forrageira na localidade. Na oportunidade, foi pensado então em buscar o esgoto do município como fonte alternativa. Foram pedidas informações à Companhia de águas e esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN) a cerca do volume de água diário produzido pelas lagoas. Esse volume é de 258.000 (duzentos e cinquenta e oito mil) litros de água por dia, divididos em 2 estações de tratamento de esgoto (ETE). Foram feitas análises da água (físico química e bacteriológica), os resultados mostraram que a mesma estava dentro dos padrões exigidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para irrigação. Foram feitos cálculos de irrigação para definir que cultura seria mais adequada. A fim de escolher algo em consonância com a realidade climática local e com objetivo de beneficiar o maior número de pessoas.
O resultado dos cálculos de irrigação foram taxativos, nos dando a segurança que a melhor cultura a ser implantada seria a palma forrageira da variedade orelha de elefante (Opuntia tuna (L.) Mill). A escolha foi devido à sua rusticidade, baixa exigência em água, crescimento rápido e pelo fato de esta variedade ser resistente à principal praga atual das palmas chamada de cochonilha do Carmin. Levando em consideração pesquisas realizadas pelo Instituto Nacional do Semiárido (INSA), as palmas dessa variedade crescem de forma muito satisfatória com apenas 1,5 litro de água por planta por semana. Com base nesse dado e no volume de água de esgoto que o município dispõe, decidiu-se implantar campos de palma com 20.000 (vinte mil) plantas por hectare. O que consumiria 30.000 (trinta mil) litros de água semanais por hectare e daria para irrigar até 60 hectares de palma onde cada hectare produz 400 toneladas de matéria verde por ano. Essa produção é suficiente para alimentar o rebanho local e ainda comercializar o excedente, além de atacar dois problemas existentes, sendo um ambiental e outro relacionado ao arranjo produtivo local que foi disseminado devido a seca. Fazendo um comparativo, se a cultura escolhida fosse o capim elefante (pennisetum purpureum), daria para implantar 3,5 hectares com toda a água de reuso do município, pois o mesmo possui exigência de 70.000 (setenta mil) litros de água por hectare por dia, contra 60 hectares de palma que exige 30.000 (Trinta mil) litros semanais por hectare, o que demonstra uma eficiência hídrica altamente superior da palma. Pretende-se com essa prática fixar o homem ao campo, gerar renda, desenvolver a cadeia produtiva, dar um destino digno à água do esgoto doméstico e ver ao longo de cada ano, a transformação do esgoto em palma, da palma em leite e carne que por sua vez distribuirão com o auxílio do poder público mais dignidade, sustentabilidade e renda ao homem do campo que historicamente tem seu valor social e econômico reduzido. Resultados: A nível municipal, espera-se com a primeira fase da expansão do projeto poder reusar cerca de 30% da água de esgoto produzida no município de Santana do Seridó. Além disso, é objetivo futuro buscar mais recursos e renovar parcerias com órgãos de pesquisa a exemplo do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Instituto Federal de educação de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Buscar também parcerias com agências de fomento como Caixa Econômica, Banco do Nordeste do Brasil também é um resultado esperado, assim como Parcerias políticas a fim de angariar emendas. Já a nível de semiárido, espera-se com os resultados do Palmas para Santana uma sensibilização por parte dos gestores, municipais, estaduais e federais a fim de tornar o reúso de água, principalmente no Semiárido Nordestino uma política pública com o principal objetivo de reavivar e ampliar os Arranjos Produtivos Locais (APL's), dando condições hídricas de produção de volumoso para as cadeias principalmente do leite e da carne, assim como para frutas e hortaliças a depender do objetivo de cada localidade e da qualidade de água ofertada. Espera-se também o desenvolvimento de novas tecnologias para o tratamento de água de esgoto para fins agrícolas, assim como a realização de experimentos que mostrem a qualidade microbiológica dos alimentos produzidos a partir da irrigação com água de reuso, possíveis tratamentos pós colheita desses alimentos (quando necessário) e por fim, desmistificar o entendimento atual da população e do poder público a cerca da reutilização da água de esgoto, desde que esta seja feita de forma séria e técnica. Com o cultivo da palma, existe um outro resultado esperado, relacionado à diversidade de criação de animais, como ovinos, caprinos, suínos e aves, onde pesquisas apontam resultados nutricionais e financeiros positivos com a substituição de parte da alimentação de suínos e aves (principalmente o milho) por farelo de palma para alimentação de suínos e aves. Principais Números: A água residuária que não é reusada, é atualmente jogada no Rio Santana (também conhecido por Rio São bento) que é um afluente do Rio Seridó, que apesar de ser intermitente, a água do seu subsolo é utilizada para abastecer parcialmente o município de Santana do Seridó. Nesse sentido, haverá um benefício ambiental considerável no que diz respeito à qualidade microbiológica do lençol freático. Portanto, há que se levar em conta a importância do ponto de vista inclusive de saúde pública. Outro ponto importante está relacionado à melhoria de vida do produtor rural beneficiado pelo projeto. O senhor Ginaldo dos Santos ganhava a vida de cortar lenha para manter a sua família (esposa e dois filhos). Na seca ele vendeu seu rebanho de 20 animais e ficou com apenas 1. Depois da implantação do projeto Palmas para Santana na terra dele, sua dignidade foi recuperada, pois atualmente ele vive da renda gerada do seu rebanho e da venda de palma retirada do campo implantado na sua propriedade.
Cada carga (caminhonete pequena) é vendida por R$100,00 (cem reais). O comprador leva o carro juntamente com os trabalhadores para o campo de palma, enchem a caminhonete, levam a palma e pagam ao Senhor Ginaldo. Como existe um excedente de palma, pois a área implantada da sua propriedade é muito mais que suficiente para atender sua demanda, o comércio da palma não atrapalha na alimentação e produção dos seus animais. Assim como o senhor Ginaldo, a ideia é que com a expansão sejam beneficiados mais 25 produtores, sendo que alguns vão receber o campo com 1 hectare e outros receberão uma área menor com cerca de 1/4 (um quarto) de hectare, podendo variar de acordo com as especificidades de cada propriedade. A longo prazo, a ideia é que assim como o senhor Ginaldo, outros produtores também mudem de vida de forma sustentável, sem que "inchem" a máquina pública, produzindo riqueza para o município. Se for levado em consideração o poder de replicação do projeto, os benefícios são inimagináveis, tanto do ponto de vista ambiental, como do social e financeiro. Região Hidrográfica: Outros Prêmios: 1. Em 2014 o projeto foi vencedor do Prêmio Mandacaru II realizado pelo Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS).
2. Em 2015 o projeto venceu o prêmio melhores práticas em gestão local realizado pela caixa econômica.
3. Ainda em 2015 o projeto venceu o 3º prêmio de jornalismo Ambiental realizado pela empresa Tetra Pak
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